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segunda-feira, 10 de março de 2014

Retoma? Mas qual retoma?

É a retoma..é os dias de sol que faltavam à economia...é a nova vida. Bem, após estas considerações que nos enfiam pelos ouvidos e pelos olhos todos os dias, vamos a alguma realidade. Pois viver no país real é para todos, menos para os lados da Lapa, do Largo do Caldas ou no Rato. E que país real é esse?

"pressupondo um crescimento anual do produto nominal de 4%, para atingir, em 2035, o valor de referência de 60% para o rácio da dívida, seria necessário que o orçamento registasse, em média, um excedente primário anual de cerca de 3%. Em 2014, prevê-se que será de 0,3% do PIB"

Este citado acima não será certamente. Este é o país  no novo roteiros do Presidente da República. Não é preciso dizer grande coisa, pois o nível de fantasia e ameaça é enorme. Fantasia pelo crescimento de 4% (em média..o que quer dizer que teria de haver anos em que crescêssemos 6, 7 ou mesmo 8%) e ameaça pelo facto de assumir que até 2035 teremos austeridade permanente para pagar a tão famosa dívida. Quanto à retoma que nos levaria ao crescimento de 4% ao ano (em média repito) mais se assemelha ao naufrago que depois de mergulhar por não ter forças para se sustentar à tona, volta por uns instantes à superfície antes de voltar a cair nas profundezas de águas gélidas. Isto se tivermos em conta que 2013, o ano da retoma, do crescimento em todos os trimestres (estou apenas a transcrever a propaganda), da descida do desemprego, o ano em que o país já está melhor mas as pessoas não....é o mesmo ano de um dado que parece que querem esconder ou do qual sentem vergonha. Que dado é esse?  O investimento na economia! A parte pública do investimento já se sabia que tinha caído, até porque para este governo, tudo o que é público está impregnado por algum tipo de peste. A novidade é o investimento privado, o grande impulsionador da retoma, dos empreendedorismos e de outros ismos...esse mesmo indicador tão importante (o investimento...não o facto de ser privado) está também a diminuir. E a diminuição não é uma diminuição de somenos importância, pois o seu valor é de - 66%! Podemos não ver o resultado desta diminuição do investimento já em 2014, porque os resultados do investimento ou da falta dele (no caso) não se vêm no imediato, mas aparecerão na forma de mais empobrecimento. Por fim concluo com uma citação do que nos espera...


   " Pelo que, concluiu, sem acesso aos mercados de dívida esses níveis deverão revelar-se insuficientes para suportar a retoma do investimento e emprego, assim como reverter o desgaste de máquinas, equipamentos e edifícios, ou seja, capacidade instalada" (Banco de Portugal)

  

quarta-feira, 5 de março de 2014

Saída à Irlandesa?

A "saída da troika" (que fica cá de uma maneira ou de outra) é um tema quente. Ouvimos constantemente o governo a dizer que quer uma saída à Irlandesa...sem programa cautelar. Dizem também que após a saída da troika teremos "disciplina orçamental" (nova expressão para austeridade). Mas a "saída à Irlandesa" é uma grande mentira. Qual é a saída à Irlandesa? Quando a Irlanda continua com problemas? Ainda hoje a Comissão Europeia veio informar que colocou a Irlanda sob "vigilância reforçada". Qual foi a razão dessa "vigilância reforçada"? A razão invocada por Bruxelas é de que existem "desequilíbrios macro económicos", pelo que a Irlanda irá ter de reportar a Bruxelas as políticas que irá seguir. Deste modo, a Irlanda parece que se encaminha para ser uma semi-colónia de Bruxelas, onde todas as políticas seguidas terão de ter o aval prévio de Durão Barroso e sua equipa. Mas ao que parece, os "desequilíbrios macro económicos" não estão apenas circunscritos à Irlanda, estes estendem-se a uma lista mais vasta:

  • Alemanha
  • Bélgica
  • Bulgária
  • Croácia
  • Dinamarca
  • Eslovénia
  • Espanha
  • Finlândia
  • França
  • Holanda
  • Hungria
  • Itália
  • Irlanda
  • Luxemburgo
  • Malta
  • Suécia
  • Reino Unido.
De reparar a existência neste grupo de países "grandes", como o Reino-Unido, Itália, França e até a Alemanha! Um dado interessante é o facto de Portugal e Grécia não se encontrarem nesta lista. Este facto é explicado pela própria Comissão Europeia com o facto de Portugal e Grécia ainda se encontrarem dentro do programa da troika.
Conclusão disto tudo, é que pelos vistos o problema é global e que não sairemos sozinhos disto, e que o problema não está em Portugal, mas sim no Euro e na União Europeia, e no seu modelo de desenvolvimento, que não se preocupa com o povo, mas só e apenas com os grandes banqueiros e grandes empresas.
  1. Bruxelas coloca Irlanda sob vigilância reforçada

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Precariedade, falta de vergonha e a Igreja Católica

A precariedade é cada vez maior, isto não é novidade. Seja por contratos ao dia, à hora ou por recibos-verdes, há as maiores variedades de trabalhar sem ter qualquer espécie de garantia. Ontem recebi um anúncio de trabalho de uma organização chamada "Movimento ao Serviço da Vida (MSV)", onde diziam que era para uma campanha de angariação de fundos. Portanto e bem traduzido Angariação de fundos = andar a pedir dinheiro. Quem é o MSV? Indo à sua página e à secção "quem somos?" temos uma definição que diz que são "um movimento de católicos que querem viver a sua fé e o serviço à vida no dia-a-dia", além de "uma associação, que promove a dignidade da vida, em toda e qualquer circunstância e sem exceção alguma". Fiquei imediatamente com uma dúvida se é legítimo a um movimento que diz promover a dignidade da vida querer empregar pessoas a recibos-verdes? Outra dúvida que também me surgiu...se é legítimo um movimento religioso recrutar desempregados para defender as suas ideias. Nesta situação houve outra questão juntamente com os recibos verdes...é que este movimento, pretende pagar a quem vá defender as suas ideias e pedir dinheiro a escolas e empresas a quantia de 2€ à hora. Quem já trabalhou ou que perceba um mínimo de recibos-verdes sabe que este valor não cobre sequer o valor dos impostos. Onde fica a dignidade da vida defendida? Parece que o "sem exceção alguma" tem alguns buracos. Pois quem trabalha para eles pode receber em condições de trabalho escravo.


terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Separados à nascença ou a face e a coroa da mesma moeda?


Neste fim de semana tanto PSD como PS anunciaram os seus candidatos para as próximas eleições Europeias. Qualquer um dos dois já é uma cara conhecida e com algum passado. O Paulo Rangel, como candidato nas últimas eleições (e apoiante deste governo) e o Francisco Assis, como ex-líder parlamentar do PS com José Sócrates.
Francisco Assis já é um velho conhecido destas "lides"., ex-líder Parlamentar do PS durante o governo de José Sócrates, onde se opôs por exemplo à tributação de mais-valia de acções (ameaçando demitir-se) ou defendendo uma coligação com PSD e CDS nas próximas legislativas. Mas o tema que o tornou mais conhecido foi quando em polémica com os carros luxuosos usados pelo governo ou por líderes parlamentares diz  "Qualquer dia querem que o presidente do Grupo Parlamentar do PS ande de Clio quando se desloca em funções oficiais". Em resposta a esta declaração posso dizer que até queria, ou melhor...podia usar os transportes públicos! Só assim ia perceber como se desloca o restante povo que trabalha todos os dias e que não tem regalias e mordomias diferentes de toda uma população.
Por último e para se perceber que o PS e a sua candidatura em nada diferem do actual governo do PSD/CDS temos esta declaração feita após ser anunciado como candidato em que o Francisco Assis diz que a sua candidatura é a candidatura do bloco central. Esta é a candidatura do PS ou do PSD? Qualquer que seja a resposta, está provado que são os dois a cara e a coroa da mesma moeda da austeridade, do empobrecimento permanente e da morte lenta.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Ucrânia: Aqui tão perto e tão longe

Os protestos na Ucrânia sucedem-se, e vamos tendo visões de diferentes lados.  É falso que as manifestações sejam de extrema-direita e que por isso não se pode apoiar. Não nego a existência de extrema-direita nas manifestações (tal como existem em algumas manifestações grandes em Portugal), mas isso não pode significar que se abandone a luta de todo um povo e que se deixe esse povo à sua sorte. Pior do que deixar à sua sorte é condenar o facto de estarem a tentar mudar e por essa via apoiar o Presidente Ucrâniano na sua fúria assassina. Mas, não temos apenas esse lado, temos as visões (transmitidas pela comunicação social) de que o povo Ucrâniano quer a União Europeia. Até assumo que queiram a União Europeia, o que é totalmente legítimo, porque quando se está numa situação tão má como a que eles se encontram, qualquer melhoria já é significativa. Mas a situação deve ser outra, pois nem UE nem Russia, irão levar a sorte deste povo a bom porto. Por isso só resta uma terceira e última saída. O que resta é organizarem-se em organismos locais, de base e desse modo organizarem a resistência em primeiro lugar ao governo de Yanukovick, para posteriormente e nesses mesmos organismos decidir tudo o que respeitar ao movimento, desse modo não deixam margem de manobra a grupos fascistas que queiram tomar conta do movimento e conseguem organizar e lutar por algo que o povo queira legitimamente. Deixo por fim um vídeo que está a circular e que explica em 2 minutos, porque é que estão na Praça da Independência.


  1. Ucrânia: Fora Yanukovich! Nem UE nem submissão a Putin!

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Síndrome de oposição permanente

Ainda há uns dias, publiquei um texto que falava da urgência de uma Unidade à Esquerda. Isto se queremos ver algo diferente do festival de PS e PSD a alternarem no governo. Mas a realidade infelizmente é só e apenas uma. Após várias propostas... do LIVRE, do 3D, do MAS, que acabaram as duas primeiras por cair e a terceira por se manter e chegar a reunir com várias forças políticas para se conseguir algo que era essencial...a constituição de um terceiro pólo que quisesse ser governo. Mas a realidade é diferente, e cada vez mais fica provado que há quem queira ser oposição permanente, que se sente mais confortável a dizer que algo está mal, e que fariam diferente, mas que nunca se propõem a querer ser governo e fazer diferente. Chegamos até ao ridículo, que é o Bloco e o PCP dizerem que querem um governo de Esquerda ou um governo Patriótico e de Esquerda, mas quando os confrontam de que é preciso então seguir em frente e procurar aliados para isso (excluindo o PS), descartam-se e fica  a ideia que esses governos de esquerda" são apenas consigo próprios, numa espécie de egocentrismo que não devia existir quando os destinos do país é que estão em jogo. Quando escrevi o último texto sobre isto (link em cima), o PCP já tinha apresentado candidato, mas não se tinha pronunciado sobre esta temática. Quanto ao Bloco de Esquerda, ainda não tinha candidato mas já se inclinava a rejeitar. Nos últimos dias assistimos ao já expectável (infelizmente) de quem apenas quer viver dos fundos do parlamento sem assumir qualquer responsabilidade. Da parte do PCP, já houve reacção por parte do Bernardino Soares (o mesmo da coligação com o PSD em Loures) a dizer "Cada um deve ir com as suas forças e com as suas posições e procurar reforçar a esquerda.", o que leva à frase de 2011 que levou à eleição de Passos Coelho "cada um deve ir na sua bicicleta". Portanto aqui, temos mais do mesmo, a esperança de continuar a usufruir dos dinheiros públicos sem querer de modo nenhum assumir responsabilidades. Quanto ao Bloco, a resposta é assim algo mirabolante. Diz João Semedo (Coordenador do Bloco) que uma "Convergência à esquerda seria «dar a mão» a futuro Governo liderado por Seguro". Das duas uma, ou o coordenador do bloco de esquerda quer fingir que não entendeu propostas claras que iam no sentido de não dar a mão ao PS e formar como dito anteriormente um terceiro pólo SEM PS, que se propusesse a ser governo ou (e esta é a pior hipótese) quer fazer todo o povo (seja de esquerda ou não) de burro e de estúpido e ao mesmo tempo ficar com os 8 lugares no parlamento (ou aumentar um pouco) e assim nunca assumir qualquer responsabilidade no futuro do País.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Justiça ao fundo... bombardeada por submarinos


Os arguidos do caso dos submarinos foram hoje absolvidos por falta de provas. Não é que não tenha existido crime, mas não o conseguem provar. É incrível a capacidade de serem cometidos crimes e de eles passarem impunes. Parece que agora o dinheiro pode andar de conta em conta sem se saber para onde foi, mas sabendo-se de onde veio. Pelos vistos não é relevante que tenham ido 19 milhões de euros para contas em offshores, e não é relevante que se tenham comprado 2 submarinos por mil milhões de euros, e se tenha por essa via endividado o país. Ainda existe uma agravante, é que esses submarinos passaram mais tempo parados do que a "navegar".

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Não têm pão? Comam brioches! - O Saque continua

Dia após dia, o saque do País continua e não pára. As privatizações de empresas lucrativas continuam, seja EDP, GALP; ÁGUAS ou a SILOPOR. E que empresa é a SILOPOR? (desconhecida pela esmagadora maioria das pessoas provavelmente) A SILOPOR é a empresa que armazena 50% dos cereais consumidos em Portugal, pelo que tem todas as características para ser uma empresa de carácter estratégico e de grande importância para a soberania.
Claro que as opiniões dividem-se quando se fala de empresas públicas. Há quem diga que são mal geridas, que não dão lucro, etc. Mas não é o caso da SILOPOR, que dá um lucro de 1 milhão de Euros anualmente, que só não são 4 milhões/ano, porque a União Europeia obrigou a SILOPOR a contrair uma dívida de 163 milhões de euros que ainda está a ser paga. Quem vai beneficiar desta empresa ser privada? Uma coisa é certa, não será o povo, não serão os contribuintes. Pois, com esta medida o preço dos cereais deixa de estar na mão pública e passa a estar na mão de privados que não terão qualquer problema em aumentar o preço dos cereais para conseguir ter um lucro mais elevado. De futuro a especulação promovida pelo privado que ficar com a empresa ou um eventual Lockout pode fazer com que o preço aumente e aí teremos a fome de regresso ao país de uma forma alarmante. Esta privatização é em poucas palavras a entrega da comida do País a uns poucos. A continuar este caminho nem pão teremos na mesa!

Mais algumas informações:
  1. http://mas.org.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=789%3Aprivatizacao-da-silopor-cereais-baratos-para-os-ricos-caros-para-os-pobres&catid=86%3Anacional&Itemid=537
  2. http://www.publico.pt/economia/noticia/governo-avanca-para-a-concessao-da-silopor-a-ete-1619980

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

E depois do PSD vem o PS?

A discussão sobre as Europeias e a partir  daí as legislativas (antecipadas ou não) está lançada. A pergunta que qualquer pessoa objectivamente faz é "quem governará o país?". Porque por mais idealismos que existam, a maioria das pessoas são práticas na altura de depositarem o voto nas urnas. E aí, regra geral há duas hipóteses, ou votam PS ou PSD. A questão que fica é, e se houvesse uma terceira alternativa à esquerda com abrangência suficiente? Aí poderíamos ter outro desfecho, com uma coligação alargada que incluísse PCP, BE, LIVRE, PAN, MAS e militantes do PS que considerem que o PS não pratica políticas de esquerda. Mas para isso alguém tem de dar o primeiro passo. Já tivemos vários proponentes...o Movimento 3D (com Daniel Oliveira), o LIVRE (com Rui Tavares) e o Movimento Alternativa Socialista. Mas ao longo dos dias, ou as propostas caem, como com o 3D ("3D, o manifesto que já garantiu que está fora da corrida às europeias – porque o Bloco de Esquerda só aceitava convergir sem o Livre de Rui Tavares."), ou decidem por se quererem enfiar dentro do governo com o PS e fazer portanto uma austeridade mais soft, mas austeridade à mesma, como foi o LIVRE. Sobra portanto o Movimento Alternativa Socialista (MAS), que propôs uma coligação alargada às Europeias que incluí-se PCP, BE, LIVRE, PAN e 3D, mas também por este lado não está fácil. Além de o Bloco de Esquerda já ter recusado liminarmente qualquer convergência, o PCP já lançou candidato próprio, pelo que esta muito desejada unidade alternativa à esquerda parece para já gorada. Resta pensar no futuro, mas sem descartar o presente e um pensamento que deve passar pela cabeça de toda a gente. Deixamos o País e a Europa nas mãos de quem nos trouxe até aqui ou mudamos? Quanto a quem não quer mudar e quer apenas continuar a dizer que está mal sem se propôr fazer diferente, devemos desejar boa viagem, e nunca mais depositar aí esperanças.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Promessas leva-as o vento

Parece que o líder do maior partido da oposição, o PS, veio dizer que se e quando for governo vai reabrir os tribunais fechados pelo actual governo PSD/CDS. Gostava já agora que também reabrisse as urgências fechadas pelo seu  "colega de partido" José Sócrates e já agora os blocos de partos encerrados pelo mesmo senhor. Porque, promessas leva-as o vento, e convém não esquecer que esta austeridade que está a ser aplicada pelo PSD/CDS seria aplicada pelo PS (que também assinou o acordo com a Troika (BCE, Comissão Europeia e FMI)), exactamente do mesmo modo e as mesmas medidas.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Concursos de Facturas...


Em Abril vai arrancar um novo jogo de sorte (ou azar) em Portugal, desta vez com o patrocínio do Governo e não da Santa Casa. Esse novo "jogo" pressupõe que toda a gente ande desenfreadamente a pedir facturas de tudo e mais alguma coisa, para conseguir ganhar hipoteticamente um carro topo de gama. Vem-me à cabeça uma situação...lembram-se de no ano passado andar toda a gente a pedir facturas em nome do Pedro Passos Coelho, do Vítor Gaspar ou do Cavaco Silva? Pois bem...a partir de agora, por cada factura pedida em nome deles, mais probabilidade têm eles de ganhar os carros todas as semanas!

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Qual é a realidade e qual a ficção digna de um óscar?


Entrámos agora e provavelmente até às eleições Europeias num período de boas notícias em que o mundo é cor-de-rosa (ou Laranja e Azul) e nada de mau acontece. É verdade, parece que a crise acabou, toda a gente tem emprego, ninguém emigra, a taxa de suicídios diminui e quem diz o contrário ou é apelidado de mentiroso ou de pessimista (verdadeiro insulto nestes dias). Mas qual é a realidade? A realidade é bem mais dura. A realidade é a da fuga massiva de um País que não dá qualquer réstia de esperança num futuro melhor e de onde nos últimos anos têm saído uma média de 300 pessoas por dia, e em que só neste ano que passou de 2013 saíram entre 100 mil a 120 mil. Só estes números bastam para deitar por terra as "pseudo-descidas" do desemprego, às quais vêm logo os ministros todos e o presidente da república dizer que é extremamente positivo, que é um verdadeiro milagre económico. A verdade é esta, o desemprego supostamente diminuiu 96 mil em 2013....mesmo ano em que emigraram 100 a 120 mil pessoas, o que com contas básicas (não preciso de curso de economia para isso) se consegue ver que na realidade o desemprego não baixou e não estamos melhor mas sim pior. Não é pessimismo, mas sim realismo, e ver que por cada pessoa que é obrigada a emigrar ficamos mais pobres. Mais pobres, porque o investimento que foi feito na educação é mandado para fora e não é aproveitado pelo próprio país. Mais pobres, porque famílias são separadas, avós separados dos netos, pais separados dos filhos e famílias que não podem viver no sítio onde tinham vontade. Este é o resultado do empobrecimento prometido (esta sim ele cumpriu) por Pedro Passos Coelho. Deixo apenas mais um artigo que explica um pouco a "descida" do desemprego e que é de um sítio que não podem acusar de nada, pois é um jornal da "área económica", e que pode ser lido aqui.


segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

A caminho das Europeias: Apoios, camaleões e roleta-russa ideológica

Parece que a conversa das Europeias já anda aí e é impossível escapar-lhe. Desde o Arménio a dizer que se deve mostrar o cartão vermelho ao Governo nas Europeias, e que portanto sair à rua e derrubar na rua (como a TSU) é uma coisa muito demodé, ao insólito tempo de antena do LIVRE até à candidatura do Marinho e Pinto ou do Nicolau Breyner.
Comecemos então pelo fim e pelo Nicolau Breyner, conhecido e reconhecido actor (até aqui tudo bem) e apoiante (na figura de mandatário) ou candidato quer pelo PSD quer pelo CDS-PP. Este senhor, que ainda recentemente apoiou uma candidatura do PSD a Loures, sendo seu mandatário, vem agora candidatar-se pelo PND. Mas não fica por aqui, em 1995 este mesmo senhor, candidatou-se a  Serpa pelo CDS-PP, não sendo eleito. É o que se pode dizer um verdadeiro camaleão ou um salta-pocinhas, pois enquanto apoia as políticas do governo Passos Coelho/Paulo Portas, candidata-se por outro partido e critica esse mesmo governo...é de ficar baralhado com tal capacidade camaleónica.
Ao mesmo tempo vemos um partido (que ainda não está legalizado) com direito a capas de jornais, aberturas de telejornais, reportagens especiais, entre outras coisas. Estou a falar como é óbvio do LIVRE. Mas o que defende o LIVRE? Defende um Portugal sem Troika e um governo que governe a favor de quem trabalha? Não...defende um governo em que o primeiro-ministro seja José Sócrates (lembram-se dele??). Pois é, como vem hoje na capa do Diário de Noticias, Rui Tavares (RT) diz que o Bloco (no caso) cometeu um erro ao deitar o governo de Sócrates abaixo e outro erro ao não negociar com a Troika. Então ao que vem Rui Tavares? Poderia esclarecer desde já se pretente um governo em que possa ser ministro e em que o primeiro-ministro seja Sócrates ou um governo em que a Troika esteja em permanência em Portugal..é que não se percebe.
De qualquer modo, uma coisa é certa, com o país a passar por uma crise de tamanhos gigantescos, com 300 pessoas a emigrar por dia (numa vaga superior aos anos 60) o que o líder da maior central sindical propõe é mais do mesmo, fiquem em casa e esperem pelas Europeias, onde podem ir depositar um voto para mostrar um cartão vermelho ao governo. Ao que parece, o protesto a sério que ao longo da história deu vitórias que permitiram uma vida melhor é algo demodé e por isso é melhor ficar sentado a ver televisão e no dia 25 de Maio ir de apito, camisola amarela e calção negro...mostrar um cartão vermelho ao governo.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

A falência não é igual para todos

Quando uma pessoa, uma empresa ou um Estado fica na falência, regra geral é porque não consegue cumprir os seus "compromissos". Esta é a definição geral. Esta parecia ser até à bem pouco tempo a situação do Empresário Joe Berardo, que devido a esta situação não pagou a 3 bancos um empréstimo de mil milhões de euros (1 000 000 000€). É portanto uma situação espantosa, qual milagre austeritário, que o falido empresário Joe Berardo venha dizer que está disposto a comprar ao Estado as obras de Miró que estarão a leilão no início de Fevereiro.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Crise nos emergentes: Uma segunda etapa da crise de 2008

Nos últimos dias são divulgadas a medo (pelo menos na imprensa nacional) a situação que se está a viver nos chamados "países emergentes"(que incluí Brasil, Turquia, Russia, China e boa parte da América latina e sudoeste asiático). Que situação é esta? Desvalorização acentuada das moedas, fuga de capitais, diminuição dos índices industriais, são faces que já estão visíveis numa crise que nunca desapareceu e que apenas foi disfarçada. O "aviso" para esta situação já tinha sido feita pelo ministro da Fazenda do Brasil (ministro das finanças) "Hoje, temos gravidade tão grande quanto em 2008, mas sem grandes instrumentos de controlo da Europa, como os EUA tiveram o Fed [Banco Central norte-americano]". De reparar que estas declarações foram feitas em 2012. O que permitiu então que a situação fica-se calma durante mais de um ano e os primeiros efeitos agudos se estejam a sentir apenas agora? Dinheiro para quem mais tem! Tanto na Europa como os Estados Unidos practicaram uma política de taxas de juro muito baixas, o que permitiu que os bancos se financiassem a quase custo zero, e desse modo investiram milhares de milhões nos países emergentes. O que mudou para que esteja a acontecer isto agora? Os EUA, estão a retirar progressivamente os chamados "estímulos" (que mais não são do que dar dinheiro para os mesmos empresários e banqueiros de sempre) que foram usados essencialmente em negócios especulativos, o que está a fazer a bolha que já estava de dimensões gigantescas ameaçar uma explosão.O que vai acontecer? Só nas próximas semanas o vamos saber, mas para já agarrem-se bem...pois vais ser atribulado.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Praxes, crimes e corrupção no mundo académico

No último mês é recorrente o tema das praxes, muito devido à situação passada na praia do Meco, em que 6 estudantes morreram após ao que tudo indica uma praxe. Mas as situações que roçam o crime e que configuram muitas vezes em si crimes e corrupção são comuns no mundo académico e nos últimos anos na Associação Académica de Lisboa (AAL). Embora tenham sido abafados desde a entrada do governo liderado por Passos Coelho, os casos existiram, existem e devem ser denunciados.
Começando pelas praxes, como elas existem e não como são idealizadas pelos "doutores" nas suas cabeças. As praxes têm situações que visam perpetuar o machismo, o sexismo e a obediência cega a uma figura "superior". Situações como com uma banana fazer raparigas simularem sexo oral é uma situação comum, tal como a verbalização constante de que se não se sujeitarem a essa situação não serão aceites pela restante comunidade. É esta a base de hierarquia em que para se conseguir subir, ser aceite pela comunidade envolvente, se tem de aceitar ser humilhado para conseguir vir a humilhar outros no futuro. É um ciclo vicioso que ano após ano forma pessoas que se disponibilizarão a ser humilhadas, castigadas, na esperança de um dia subir na hierarquia para conseguir fazer o mesmo. Esta prática é passada depois para o "mundo laboral", para a vida cá fora na relação "patrão - empregado" ou "Estado-contribuinte", levando a gerações que são ensinadas a não ter iniciativa de reagir e a um culto da autoridade, da figura superior.





Mas, o problema não fica apenas por estas situações, que em si já são más. O problema é os crimes que por essa via são cometidos e calados, ou por desconhecimento, ou por medo de represálias. Seja a coação psicológica, onde por exemplo se sugere que ficarão isolados do resto da comunidade ou a violência verbal com que se apelida os caloiros de "besta", "animal" ou quando opinam se diz que a opinião não conta nada porque são "animais".  Qualquer uma destas possibilidades são crime e devem ser denunciadas, e só não o são por 3 razões:

  1. Medo de ficar isolado perante os restantes colegas
  2. Medo de represálias
  3. Estar por dentro e saber ou participar dos negócios envolventes
Mas isto não é o único problema, a corrupção é parte activa neste meio. Para isso basta relembrar um caso muito abafado (desde a entrada deste governo) do "saco Azul" na Associação Académica de Lisboa, em que o presidente (à altura) da associação académica de Lisboa e actual membro da Comissão instaladora da Federação Académica do Instituto Politécnico de Lisboa, Luís Castro, para contornar uma penhora judicial sobre as contas da associação não teve pejo nenhum em criar contas paralelas em seu nome para aí receber o dinheiro proveniente das restantes associações de estudantes. E agora pergunto, porque será que o caso foi abafado? Quem é Luis Castro? Além de responsável pela instauração em 2010 do novo "código de praxes" em Lisboa, foi também (e gosta de se gabar disso), membro da comissão política de Cavaco Silva e um dos mandatários da juventude de Passos Coelho, além de ser presidente da JSD Oriental de Lisboa. Os casos são mais que muitos, a falta de vergonha, a corrupção e os crimes também. Urge acabar com isto!

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Bebé da Madeira: Investigação policial classista

Ao que parece, o bebé de 18 meses desaparecido desde Domingo e encontrado ontem estava bem de saúde, sem arranhões nem sinais de exaustão. Depreende-se daí que ele foi posto no local onde foi encontrado. Esta situação torna impossível a tese "Rambo" da polícia portuguesa, tese essa em que supostamente a criança de 18 meses teria andado 2 km durante 3 dias, à chuva e ao frio, sem comer nem beber. Após ter sido posto bem claro o quão ridícula era esta tese, a polícia focou-se na hipótese de ter sido raptado. E aí chegamos à actualidade em que a criança aparece num local ermo e a polícia se recusa a devolver a criança aos pais. Numa primeira fase alegando que não pode ser devolvida aos pais por estarem desempregados e viverem numa casa pobre e numa 2ª fase admitindo a hipótese de o pai da criança a ter tentado vender por estarem desempregados e serem pobres! O marasmo policial e a fuga para a frente são lamentáveis, mas mais lamentável ainda é a investigação policial classista em que por uma família ser pobre ou estar em situação de desemprego ficam automaticamente suspeitos de tráfico de menores.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Colina de Santana: A política de destruição promovida por PS,PSD e CDS

A colina de Santana, também conhecida por "Colina da Saúde", onde estão localizados 4 hospitais (o de S. José, o de Santa Marta, o dos Capuchos e o extinto Miguel Bombarda) tem em discussão o seu futuro. Para este local está previsto um megaprojecto imobiliário, em que, todos estes hospitais (e a sua mais-valia para a saúde) irão desaparecer e dar lugar a um megaprojecto imobiliário que já foi entregue à ESTAMO. Empresa essa que já em 2009 tinha sido acusada de mascarar as contas públicas. Este negócio vem na mesma senda, pois os terrenos foram vendidos à ESTAMO (empresa pública) pelo governo de José Sócrates, com esse mesmo objectivo.
Mas as responsabilidades do PS não ficam por aqui, pois o Plano Director Municipal(PDM) foi alterado, desclassificando a área (era uma área de localização de equipamentos) e deste modo permitindo a construção naquela área e a destruição dos hospitais e área histórica da cidade de Lisboa. É de recordar as declarações acerca da actualização do PDM por parte do presidente da Câmara de Lisboa (na altura e actualmente) António Costa onde ele diz que "Trata-se de uma deliberação de uma importância extraordinária. Devia ter sido aprovado em 2004. Estamos a fazê-lo com oito anos de atraso". Portanto, por estas declarações vemos que é um plano arquitectado à muito tempo e que passou por diversas gestões camarárias, sejam elas PSD (Santana Lopes/Carmona Rodrigues) ou PS (António Costa). Mais, este projecto prevê o fim destes 4 hospitais e a substituição por um em Marvila (na melhor das hipóteses em 2017, se não houver atrasos) pelo que, os Lisboetas e o País ficariam sem 3 hospitais por um tempo indeterminado e que seria substituído por apenas 1 que nem será um grande hospital, mas apenas de dimensão média e localizado na periferia da cidade de Lisboa. Este é mais um ataque à saúde pública e mais um capítulo da austeridade que tem sido imposta por PS-PSD-CDS, desta vez sobre disfarce da "modernização" do centro de Lisboa.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Colina de Santana

Hoje vai realizar-se um dos debates informativos sobre o futuro da colina de Santana e o que vai acontecer aos Lisboetas na área da Saúde. O debate será na Assembleia Municipal de Lisboa.
Mais logo, ou amanhã mais informação será disponibilizada.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

O "pronto-a-vestir" da troika

O PS através do deputado Pedro Marques veio criticar a troika por as medidas serem uma espécie de pronto a vestir, iguais aqui ou na Irlanda. Até podemos concordar com essa afirmação, mas também temos de dizer que o PS sempre aplicou esse pronto a vestir, quando privatizou empresas, baixou salários e reformas e aumentou a idade da reforma. O verdadeiro "pronto-a vestir" tem sido sempre aplicado, umas vezes com a roupa toda "rosa" e outras vezes com a Camisa "Laranja" e Calças "Azuis".  Estas responsabilidades não podem ser apagadas. A responsabilidade dos governos PS (Sócrates, Guterres, Soares) e a responsabilidade dos governo PSD(Cavaco Silva) ou PSD/CDS (Durão Barroso/Paulo Portas, Santana Lopes/Paulo Portas, Passos Coelho/Paulo Portas), têm de ser lembradas e julgadas pelas suas "incompetências" (que mais não são que um serviço competente aos mesmos de sempre) e pelo roubo descarado que fizeram e continuam a fazer ao país.
Este "pronto-a-vestir" é uma loja destas forças políticas que nos trouxeram até aqui, precisamos de mudar, de uma "loja" alternativa que nos tire desta situação e não é fazendo novas combinações na mesma loja e com as mesmas cores que vamos lá.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

"A solução não passa por aumentar impostos"...será assim?

"A solução não passa por aumentar impostos"...isto foi o que o governo disse depois do chumbo do corte das pensões pelo Tribunal constitucional e hoje que anunciou as "alternativas" a esse mesmo corte. Então quais são as medidas que "não são aumento de impostos?"

  • alargamento da base de incidência da Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) taxa de solidariedade 
  • aceleração do processo de auto-financiamento da adse, através da redução de compartipações e do aumento das deduções, pelos trabalhadores. 
Não consta que nada dista seja como se costuma dizer "despesa". Pois, uma contribuição seja ela extraordinária ou não, é uma contribuição (e não me consta que seja voluntária), logo é um imposto. E quanto ao aumento de dedução podemos usar o mesmo critério para classificar como imposto. Se quisermos ver por outro lado se é um imposto ou corte de despesa, também podemos ver pelo que acontece aos salários ou reformas. Ficam maiores, iguais ou mais pequenos? Mais pequenos, seja por via da contribuição ou pelo aumento de deduções. Portanto, por aí também é impostos. Por fim, e pelo que se vê só sabem tirar aos mesmos. Só sabem tirar a quem ganha a vida pelo seu próprio trabalho e não pelo trabalho alheio. Enquanto as fortunas dos mais ricos aumentam....os impostos e diminuições de rendimento a quem trabalha, a quem ganha menos sobem todos os dias. Iniciamos este ano com quem ganha menos a ganhar ainda menos, e quem ganha mais a ganhar ainda mais!