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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A suspensão é o caminho!

Éric Toussaint, reputado professor universitário da Universidade de Liège, especialista nas questões da dívida e membro do Comité para a Anulação da Dívida no Terceiro Mundo, CADTM, que esteve envolvido na auditoria à dívida do Equador deu, recentemente, uma entrevista para o jornal “Público” onde expõe, preto no branco, às questões da dívida pública e a questão da legitimidade ou ilegitimidade da dívida soberana e do “pedido de resgate financeiro” à Troika. Fica assim claro que a reestruturação não é opção, restando apenas a opção da suspensão do pagamento, nas palavras do próprio especialista “Na história da dívida, a reestruturação corresponde a uma operação totalmente controlada pelos credores. Quando o devedor quer tomar a iniciativa, tem de suspender os pagamentos da dívida, para obrigar os credores a sentarem-se à mesa e discutir condições.”. Isto levanta a questão de como a esquerda em Portugal está a lidar com a situação, propondo a reestruturação da dívida, uma operação que é totalmente controlada pelo credores e que limita a liberdade das políticas que podem vir a ser adoptadas. Deste modo, tanto o PCP como o BE estão a defender os mercados que tanto criticam e tornaram-se partidos Pró-Capitalismo defendendo o mesmo que Mercozy (a reestruturação). A reestruturação apenas permitiria pagar a dívida durante mais tempo, diminuindo o valor anual dos juros…mas aumentando o valor final. A solução, inclusive defendida por este especialista, seria o rompimento com a Troika que aliado à suspensão do pagamento poderia dar mais soluções para a resolução dos problemas o país. Só essa solução permitiria ter força suficiente para negociar um acordo vantajoso e que permitisse fazer crescer a economia, em vez de destruir o que resta do estado social.
Para que fosse possível defender com força esta opção de suspensão era essencial que os partidos da esquerda se unissem e propusessem políticas de rompimento com o sistema e não propostas de aligeiramento do sofrimento.
O contra-reaccionário vem por este modo propor e defender de forma activa o lançamento de uma plataforma de esquerda que englobe PCP, BE, MRPP, POUS e todos os partidos de esquerda, sem ser PS, que se proponham a romper com o sistema. Só uma plataforma comum permitiria constituir uma séria candidatura a ser governo e a mudar a actual situação.

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